5.29.2011

ME VÊ UM CALDO DE PIABA AE? POR FAVOR?



Caldo de piaba é uma expressão pejorativa no norte do Brasil. É como diz o velho ditado, que “tal coisa está mais fraca que caldo de piaba”.

Mas no caso da banda ‘Caldo de Piaba’, o nome dá-se por conta de ser um grupo que toca desde o reggae, rock, brega, ska, carimbó, lambada, dub, funk , jazz etc. Desde o início da banda, eles se reuniam para tocar versões das músicas que todos integrantes curtiam.

Essa banda do Acre é formada por Miúda no baixo, DiDeus na bateria, Saulinho na guitarra e João na percurssão e já está lançando o terceiro EP, em anos consecutivos. O primeiro EP, ‘Volume Um’, foi lançado em 2009 e trazia uma versão especial para ‘Lambada do Amapá’, do conterrâneo Jorge Cardoso, e duas canções autorais; ‘Vemska pro papai’, que é um ska reggaeado e suingado, e ‘O fanq’, que tem menções de ‘Chank’ do Medeski, Martin & Wood e de ‘Lunar tune’ do João Donato.

Já no segundo EP, ‘Volume Dois’, a banda aprofundou nas influências caribenhas da cumbia, salsa, carimbó etc. ‘Moliendo café’ é uma ótima versão da canção do venezuelano Hugo Blanco. ‘People one’ é mais um composição original, mas tem menção de ‘Canto de Osanha’ de Baden Powell. Para Miúda, o processo de composição é livre. “A gente pode criar na hora ou um chega com um tema e vai desenvolvendo junto com a banda no ensaio”, comenta. Este EP se completa com o surf-music X bolero, ‘Sborba’, e para finalizar o reggae meio dub, meio xote, ‘Dexavi (o que pensa)’.

O terceiro EP foi lançado agora, é o ‘Volume 3’, gravado ao vivo no Estúdio Oi FM, e foi transmitido ao vivo no programa de Max de Castro José Flávio Jr. e Paulo Terron. A banda compôs ‘Lambada nova’ e ‘Daimagem’, mas também fez versões para canções de grande mestres da guitarrada, como Vieira e Aldo Sena, ‘Lambada do Rei’ e ‘Lambada classe A’ respectivamente. A banda também gravou versões para ‘I want you (she’s so heavy)’ dos ‘Beatles’ e ‘La ardillita’ da banda peruana ‘Los Destellos’.

A banda vê nos downloads gratuitos como uma ferramenta para atingir um público maior. A nova máxima de que hoje em dia não se vende mais discos, se divulga. Miúda ainda lembra que a banda conseguiu bons convites para show por causa da internet. “O ‘Caldo de Piaba’ não seria nada sem a internet, com 2 meses de banda a gente gravou o primeiro EP e botou no ‘myspace’. Um ano depois a gente tava tocando no ‘Recbeat’, nós sempre usamos a internet com meio de divulgação da banda”, declara.

Nesse momento, a banda está em processo de composição, para ver se lança um disco até o final do ano. Então, aproveitem e baixem a trilogia de excelentes EPs, que a banda lançou ao longo dos anos...

2011 Volume 3

1. Lambada nova
2. Lambada classe A
3. Daimagem
4. Lambada do Rei
5. La ardillita
6. I want you (dosbito)

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2010 Volume Dois

1. Moliendo café
2. People one
3. Sborba
4. Dexavi (o que pensa)

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2009 Volume Um

1. O fanq
2. Vemska pro papai
3. Lambada do Amapá

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5.22.2011

A ESSÊNCIA DO TRIO DINUCCI, MARÇAL E FRANÇA

O novo disco do Kiko Dinucci, ‘Metá Metá’, em parceria com Juçara Marçal e Thiago frança, é uma das gratas surpresas do ano.

O álbum abre com ‘Vale do Jucá’, música de Sibá Veloso, que enche os ouvidos com uma formação enxuta, da voz de Juçara, violão de Dinucci e sax do Thiago. O disco todo foi gravado nessa formação enxuta de voz, violão, sax e flauta, eventualmente – como em ‘Umbigada’ – mas ainda assim com algumas participações especiais.

‘Papel sulfite’ a voz de Juçara faz um duelo com o sax de Thiago, com o violão ao fundo. Em ‘Trovoa’, Dinucci transforma a composição de Maurício Pereira em quase um chorinho-blues, a canção só tem flauta, voz e volão.

A canção ‘Samuel’, que Dinucci compôs em parceria com Rodrigo Campos, que também participou da gravação. A partir dessa faixa, ‘Vias de fato’, o trio passa a ser acompanhado de Samba Ossalê na percussão e Sérgio Machado na bateria. ‘Oranian’ tem uma levada selvagem e um solo de sopro-atômico.

A música seguinte continua a pancada e leva o incauto ouvinte ao terreiro qualquer de ‘Obá Iná’. Em ‘Obatalá’ – bela composição de Dinucci – o trio volta ao formato enxuto e faz uma delicada gravação, com ótimos momentos de improviso de saxofone, bela impostação de voz de Juçara e o violão sempre marcante de Dinucci.

O disco encerra com ‘Ora iêiê o’, que traz um sensacional arranjo para o ponto de Oxum da casa de Fanti-Ashanti.

2011 Metá Metá – Kiko Dinucci + Juçara Marçal + Thiago França

1. Vale do Jucá
2. Umbigada
3. Papel sulfite
4. Trovoa
5. Samuel
6. Vias de fato
7. Oranian
8. Obá Iná
9. Obatalá
10. Ora iê iê o

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5.15.2011

ALMA BOA DE QUALQUER LUGAR

Carlos Careqa é um desses artistas que são diamantes brutos, digo, ao lapidados, só para buscar uma metáfora bem confortável para todos. Digo isso porque o Careqa é daqueles artistas que muita gente não conhece, mas que é só ouvir alguma de suas canções para começar a assobiar a melodia.

E quem conhece o Careqa, sabe que ele é um dos grandes compositores da música brasileira. Ele é um artista que não busca o óbvio, sempre procurando inovar. O disco ‘Alma Boa de Lugar Nenhum’, está sendo lançado, oficialmente, nesse final de semana, no Teatro Sesc Ipiranga, em São Paulo. No show, Careqa é acompanhado pela atriz Letícia Sabatela e pelo piano de Paulo Braga.

Nesse disco, ‘Alma Boa de Lugar Nenhum’, Careqa se mostra acompanhado apenas por violão. É um disco sublime, gravado apenas com voz e violão, e as participações especiais de gente como Chico Buarque, Arrigo Barnabé, Gabriel Levy, Ana Friedman e o já mencionado Paulo Braga.

Minha Música - Chico Buarque from carloscareqa on Vimeo.

Pode-se dizer que o álbum é quase uma sequência não planejada do disco anterior, o exelente ‘Tudo que Respira quer Comer’ de 2009, até porque o Careqa não se repete jamais, mesmo sabendo que igual é legal. No disco anterior, de 2008, ele cantou em português grandes clássicos do norte-americano Tom Waits, no álbum ‘À Espera do Tom’. Músicas em inglês como ‘All the world is green’, ‘Chocolate Jesus’ e ‘Jersey girl’, viraram nas mães de Careqa ‘E tudo fica azul’, ‘Guaraná Jesus’ e ‘Garota de Guarulhos’, respectivamente.

Antes disso, Careqa havia homenageado o David Byrne – quem sabe pelo cantor do Talking Heads ter incluído uma bela faixa do disco de estréia de Careqa na coletânia gringa de música brasileira ‘Beleza Tropical’ – quando misturou ‘Psycho killer’ (da seminal banda de Byrne) com ‘Saudosa maloca’ de Adoniran Barbosa, e as transformou em ‘Psycho maloca’ do disco ‘Pelo Público’ de 2007, que também tem parceria com o cantor brega Falcão em ‘Agora é pra foder’.

O EP gravado ao vivo durante apresentação de Carlos Careqa com a banda ‘Maxixe Machine’, na ‘Grande Garagem que Grava’ em 2005, com repertório todo em portunhol. O álbum ‘Não sou Filho de Ninguém’, que Careqa gravou em 2004, começou a tradição de grandes participações especiais nos discos de estúdio, como Chico Cesar em ‘Menos de doer mais de doar’, e de outros músicos como Jards Macalé e Zeca Baleiro.

‘Música para Final de Século’, do final da década de 90, foi eleito por Byrne, como melhor disco de música brasileira do ano de 1998. Tinha mesmo grandes canções, que até hoje ainda fazem parte do repertório dos shows de Careqa, como ‘Ser igual é legal’, ‘Chorando em 2001’ e ‘Eclipse em meia-lua’.

A estréia aconteceu em 1993, com o disco ‘Os Homens são Todos Iguais’, que tinha a canção que Byrne incluiu na coletânia gringa, ‘Acho’, e um bem humorado hino de amor à cidade de Curitiba (onde Careqa foi educado), ‘Não dê pipoca ao turista’.

No show de lançamento do disco mais recente – ainda dá tempo de você ver o espetáculo de domingo – ‘Alma Boa de Lugar Nenhum’ , Careqa apresenta outra inovação, dessa vez em matéria de marketing. Ele lançou um projeto na internet – pelo site catarse (que permite aos usuários apoiarem qualquer projeto existente).

Eu já apoiei... E você está esperando o quê?


2011 Alma Boa de Lugar Nenhum

1. Estou cheio de arte (com Ana Friedman)
2. Sucessão de fracassos (com Tiago Costa)
3. Minha música (com Chico Buarque)
4. Alma boa de lugar nenhum (com Paulo Braga)
5. Balada da dependência sexual (com Andre Mehmari)
6. O rolo do rolex (com Gabriel Levy)
7. Simplesmente
8. Todo cuidado é pouco (com Arrigo Barnabé)
9. Meu pequeno rádio
10. Terno de damas
11. Costura pra dentro
12. Samba do budista (com Karin Fernandes e Chico Melo)

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2009 Tudo que Respira quer Comer

1. Tudo que respira quer comer
2. 28 (Vinte e oito) (com Mônica Salmaso)
3. Isso passará (com Tatiana Parra)
4. Fantasias (com Fernando Vieira e Camilo Carrara)
5. Qué que cê qué (com Maria Alcina)
6. Brasileiro (com Marcelo Pretto)
7. Cida (com Skowa)
8. Vacamor (com Zé Rodrix)
9. Por quê? (com Toninho Ferragutti)
10. Canção de ninar para uma madrugada insone
11. Feltro no ferro (com Juliana Perdigão e Gabriel Levy)
12. Mal desnecessário
13. A volta triunfal (com Guello)
14. Às vezes (com Raul de Souza)

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2008 À Espera de Tom

1. E tudo fica azul (All the word is green)
2. Eu e meu cachorro louco (Rain dogs)
3. Garota de Guarulhos (Jersey girl)
4. Guaraná Jesus (Chocolate Jesus)
5. Num trem de metrô (Downtown train)
6. Inocente quando sonha (Innocent when you dream)
7. Boa noite Matilda (Tom Traubert´s blues)
8. Tempo time (Time)
9. Tentação (Temptation)
10. Pro meu rubi (Ruby’s army)
11. Soldado até o fim (Soldier´s things)
12. Não baixe a cabeça assim (Hang down your head)
13. Não quero crescer (I don´t wanna grow up)
14. Qualquer lugar que eu me encostar (Anywhere I lay my head)

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2007 Pelo Público

1. Agora é pra foder (com Falcão)
2. Arraso profundo
3. Agora eu só quero
4. Olhos de star
5. Os cinco lados da mulher
6. Tetraplégico de amar
7. Espinha de bacalhau
8. Eremita urbano
9. Porque é que você faz isso
10. Feiura é fundamental
11. Vou falar com o Pitanguy
12. Ser solteiro
13. Samba a bile
14. O resto é o pó
15. Psycho maloca

2005 Nosotros que Somos nós Mesmos (& Maxixe Machine)

1. Duela a quien duela
2. Ba
nquete em Medelín
3. Recuerdos de Mypicaporay
4. Nena
5. Cacaca em el Titicaca

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2004 Não Sou Filho de Ninguém

1. Não sou filho de ninguém
2. Menos de doer mais de doar (com Chico César)
3. Êh! São Paulo
4. Achado
5. Pai postiço (com Jards Macalé)
6. Frente é verso
7. Issi
8. Isto
9. Meu querido Santo Antônio
10. Língua de babel
11. O louva Deus
12. Eu beijo sim
13. Salomé só
14. Não é gente não

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1998 Música para Final de Século

1. Ser igual é legal
2. Chorando em 2001
3. No caminho para Santiago
4.Música para final de século
5. Manhattan tan tan
6. Eclipse em meia-lua
7. Cortei o dedo
8. São solidão
9. Temporal
11. Feliz amor
12. A cor de Nova York
13. Não pise nos meus Carlos
14. Vou sair

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1993 Os Homens são Todos Iguais

1. Não dê pipoca ao turista
2. Acho
3. Os homens são todos iguais
4. Subway
5. A última quimera de Sebastião Antônio Pereira
6. Couto anual
7. Não dê pipoca ao turista II
8. Alles Plastik
9. Tá na cara que é
10. Deus não pensa
11. Cidade
12. O outro lado

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5.08.2011

O AMOR É IMPORTANTE, PORRA! ou MAIS AMOR, POR FAVOR

O samba do Criolo Doido foi inspiração mesmo, e daí? Mas hoje em dia ele já tirou o Doido do nome. Quem sabe para impedir mais perguntas sobre a loucura? Porque o som de louco não tem nada... Quem sabe só no bom sentido.

O som do Criolo foi lançado na internet, para download gratuito mesmo, com aval do produtor, Daniel Ganjaman. Quem disser que é hip-hop, não vai estar mentindo, mas pode estar equivocado. Porque o disco, ‘Nó na Orelha’, tem de tudo um pouco e pode até ser considerado um disco mais soul que rap.

O álbum começa com um afrobeat de responsa, ‘Bogotá’, que remeto aos versos de Manuel Bandeira, “Vou-me embora pra Pasárgada”. Mas o Criolo vai também pra capital da Colômbia. A faixa seguinte, ‘Subirusdoistiozin’, que nada mais é que a união da expressão “subiram os dois tiozinhos” como uma única palavra. Essa faixa tem cara de hip-hop, também tem cara de fusion-jazz, soul, enfim, é tudo isso misturado.

Em ‘Não existe amor em SP’ o Criolo constrói uma fábula realista da cidade que inspirou a canção. Outra inspiração também foram os grafites encontrados na capital paulista, que dizem que “o amor é importante, porra!” e também pedem “mais amor, por favor”. Uma música lírica e bela.



‘Mariô’ tem um quê de batucada, mas também tem hip-hop, tem soul e tem rima, pois é quando o Criolo canta com a cadência do rap. ‘Freguês da meia noite’ passa impressão de ter sido gravada nas boates bregas da vida. ‘Grajauex’ é um hip-hopex, rapex, raggaex e todos sufixos ‘ex’ que o Criolo pode se lembrar.

Apesar do nome ‘Samba sambei’ não tem nada de samba. Está mais pra reggae, dub ou ska, que para o ritmo brasileiro. Como bem explica o Criolo, a utilização de samba como verbo ao invés de ser o nome ao ritmo. ‘Sucrilhos’ é onde o Criolo mostra algumas de suas influências e suas rimas da época da ‘Rinha de MCs’, da qual foi um dos criadores.

Com ‘Lion man’ o Criolo rima e faz sua mistura entre ritmos estrangeiros com o soul e hip-hop brasileiros, entre o reggae e o rap. ‘Linha de frente’ é o samba do Criolo Doido com a turma de Maurício de Souza.

A poesia do Criolo é assim – com inspiração no cotidiano da cidade paulistana – uma crônica de suas influências, vivências e tudo que o cerca etc. Porque você é tudo aquilo que lê, ouve pensa e vê. Por isso o Criolo rima com esses temas. Porque viveu tudo isso, seja no gibi da ‘Turma da Mônica’ ou no sucrilhos no prato.



2011 Nó na Orelha

1. Bogotá
2. Subirusdoistiozin
3. Não existe amor em SP
4. Mariô
5. Freguês da meia noite
6. Grajauex
7. Samba Sambei
8. Sucrilhos
9. Lion man
10. Linha de frente

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5.01.2011

O COMITÊ DO MOLHO PICANTE

O novo disco dos ‘Beastie Boys’ começou há dois anos, quando na verdade foi iniciado em estúdio – mas interrompido devido ao tratamento de câncer de Adam Yauch.

Tudo começou para os ‘Beastie Boys’, com o vídeo-clipe de ‘(You gotta) Fight for you right (to party!)’, onde o trio aparecia entrando de penetra em alguma festa e tocando o terror com os convidados. De acordo com essa nova estética de vídeo-clipe, a banda foi criando referências a seriados de TV como o clipe de ‘Sabotage’ e ‘Body moving’, ou reverenciando filmes japoneses com ‘Intergalatic’.



O fato é que com tantas menções a elementos da cultura popular, a própria banda se tornou um desses elementos, sem jamais ter se auto-parodiado. Enfim... Não se pode mais dizer isso dos ‘Beastie Boys’...

Para o lançamento do disco ‘Hot Sauce Committee Part Two’, a banda preparou diversos aperitivos, entre eles um média-metragem auto-referente, que seria a continuação do vídeo-clipe de ‘(You gotta) Fight for you right (to party!)’. Para isso, eles lançaram um teaser sensacional, com uma constelação de astros de Hollywood.



Junto com o vazamento na internet do album, ‘Hot Sauce Committtee Part Two’, foi lançado o média metragem ‘(You gotta) Fight for you right (to party!) revisited’, que na verdade funciona como clipe estiloso para a música ‘Make some noise’.

Além da auto-paródia ao primeiro vídeo-clipe de sucesso dos ‘Beastie Boys’ – o trio é interpretado por atores, mas aparecem como se tivessem saído do apartamento onde tocaram o terror na festa do primeiro clipe – eles também rendem referências a sexos, drogas e rock’n’roll, no velho e bom estilo piscou-perdeu.



Quanto à referência ‘Part Two’ no título... O nome do álbum havia sido anunciado como ‘Hot Sauce Committee Part One’, antes do tratamento de Adam Yach. Por isso a ‘Part Two’ deve ser para sinalizar que o trio voltou ao estúdio e modificou de uma forma ou outra as canções que já haviam sido trabalhadas... Enfim... O disco é o mesmo, mas com um título ligeiramente diferente.

Quanto ao disco... Não é o melhor disco dos ‘Beastie Boys’, mas está bem acima da média dos álbuns de hip-hop da atualidade.

2011 Hot Sauce Committtee Part Two

1. Make some noise
2. Nonstop disco powerpack
3. OK
4. Too many rappers (new reactionaries version)
5. Say it
6. The Bill Harper collection
7. Don't play no game that I can't win
8. Long burn the fire
9. Funky donkey
10. The Larry routine
11. Tadlock's glasses
12. Lee Majors come again
13. Multilateral nuclear disarmament
14. Here's a little something for ya
15. Crazy ass shit
16. The Lisa LisaFull force routine

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