9.30.2012

O BAILE MUDERNO DE CHICO CORREA ELETRONIC BAND


DerivaSONS é o novo lançamento de ChicoCorrea e sua Eletronic Band.

São dois EPs (lado A e B) com os remixes das canções feitos por gente como FLU, DJ Tudo, Lúcio K, TRZ, Mangaio, RSA, FurmigaDub, NomadeRiddim, AXIAL, Guirraiz, Cybass, Aquilez e do próprio ChicoCorrea.

Esses remixes representam novas versões eletrônicas de diferentes estilos e influências, que ressaltam a importância da obra deste paraibano arretado, que mistura o nordeste com levadas eletrônicas, transformando tudo num baile muderno.


2012 DerivaSONS 
Lado A
1. Eu pisei na pedra (RSA Remix)
2. Coco de elevador (FurmigaDub Remix)
3. Baile muderno (Mangaio Remix)
4. Terra (TRZ Remix)
5. Baião ló-fi (Chico Correa Remix)
6. Bossinha (Cybass Remix)
7. Bossinha (Aquilez Remix)

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Lado B
1. Baile muderno (TRZ Remix)
2. Eu pisei na pedra (Lúcio K Remix)
3. Bossinha (FLU Remix)
4. Descanso de tela (NomadeRiddim Remix)
5. Lele (AXIAL Remix)
6. Manganga (DJ Tudo Remix)
7. Baile Muderno (Guirraiz Rremix)

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9.23.2012

O NOVO EMBALO QUENTE DO TERNO


‘O Terno’ é um legítimo “power trio” formado por Tim Bernardes no vocal e guitarra, Peixe no baixo e Chaves na bateria. Eles chamaram atenção pelo clipe inventivo da faixa de abertura do álbum de estreia – tanto que ganharam melhor clipe do ano no “Prêmio Multishow” e “Aposta MTV” no VMB. 

Esse disco foi dividido em dois lados (mesmo sendo um CD), com a primeira parte destinada às composições autorais e a segunda com releituras de canções compostas por Maurício Pereira, que também participou das gravações. E não é coincidência que as vozes de Tim e Maurício sejam tão parecidas, os dois são filho e pai. 

A faixa ‘66’ revela uma visão irônica dos lançamentos atuais, revelando um saudosismo ao que foi produzido nas décadas passadas, mas especificamente em 1966, hipoteticamente falando... ‘Morto’ é uma canção onírica com uma melodia delicada, que fica entre o órgão (tocado por Tim) e uma linha de baixo surpreendente. 

‘Eu não preciso de ninguém’ é puro “rockenrou”, no melhor estilo dos mais famosos “power trios”, com uma letra sarcástica e mordaz. ‘Enterrei vivo’ brinca com jogo de palavras ao substituir uma única letra para mudar totalmente o sentido da frase – com uma letra que bem poderia ter sido escrita pelo personagem da canção seguinte, ‘Zé, assassino compulsivo’. 

A partir daí o disco tem a participação de Maurício Pereira, em canções como ‘Quem é quem’ (que ficou bem parecida com a original), ‘Modão de Pinheiros’ (que virou um rockão estiloso meio Rolling Stones & “dances like Jagger”), ‘Purquá mecê’ (ótima releitura da época dos Mulheres Negras), ‘Compromisso’ (versão bem mais rockenrou que a original) e ‘Tudo por ti’ (versão ska com menos metais e mais rock). 

O fato é que ‘O Terno’ já figura entre as grandes bandas brasileiras deste novo cenário atual. Impossível não se converter em fã incondicional e fervoroso depois da primeira audição. 

2012 66

1. 66
2. Morto
3. Eu não preciso de ninguém
4. Enterrei vivo
5. Zé, assassino compulsivo
6. Quem é quem
7. Modão de Pinheiros
8. Purquá mecê
8. Compromisso
9. Tudo por ti

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9.16.2012

THIS IS MACACO BONG IN ROLÊ



Macaco Bong é sempre aquela velha pedrada na orelha, sem conversinha, sem falação, sem cantoria, só mesmo o bom chute no focinho.

A banda é formada por Bruno Kayapy na guitarra, violão e viola-caipira, Ynaiã Benthroldo na bateria e Gabriel Murilo no baixo, sem contar com a participação de Túlio Mourão nos teclados em duas faixas. Eles entregam um disco enxuto, sem enrolação, que vai direto ao ponto. Isto é, rockenrou pracaraleo. ‘This is Rolê’ é um excelente sucessor para ‘Artista Igual Pedreiro’.

E falar o quê... De uma banda que arrebenta a cada disco que lança – e quando faz show põe o lugar abaixo. Imperdível essa pauleira, que essa galera proporciona. Baixa logo! Porra!

2012 This is Rolê

1. Otro
2. O boi 957
3. This is rolê
4. Broken chocobread
5. Copa dos patrão
6. Mullets
7. Summer seeds
8. Seu João
9. Dedo de zombie

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9.09.2012

LE PETHIT CAMALEÃO TUPINIQUIM



‘Estrela Decadente’ é o segundo álbum da carreira de Thiago Pethit, após a estréia em ‘Berlim Texas’ – antes ele havia lançado o EP ‘Em Outro Lugar’, no qual utilizava arranjos influenciados pelo sucesso da banda Beirut.

O disco começa com a faixa de trabalho, ‘Pas de deux’, na qual ele evoca o vaudeville e a moda dos anos 30. Todo o álbum de Pethit transpira moda e elegância, com arranjos simples e eficientes e uma produção classuda de Kassin.

Em ‘Dandy darling’, Pethit assume uma persona camaleônica, como um Ziggy Stardust tupiniquim evocando os Mutantes. ‘Perto do fim’ demonstra uma delicada parceria com Mallu Magalhães. A faixa título, ‘Estrela decadente’, propõe uma versão underground paulistana, que pode soar como Iggy Pop ou um Tom Waits mais rockenrou.

E por falar em underground.... ‘Surabaya Johnny’ tem participação de Cida Moreira e evoca tanto Tom Waits, quanto vaudeville, circo e animes japoneses. ‘Estrela Decadente’ é um disco climático, cheio de referências aos anos 30, ao underground e tudo o que já foi citado....

2012 Estrela Decadente

1. Pas de deux
2. Moon
3. Dandy Darling
4. Perto do fim
5. So long new Love
6. Estrela decadente
7. Haunted Love
8. Devil in me
9. Surabaya Johnny

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9.02.2012

A MÁGICA DERIVA DAS SUPERCORDAS


O Supercordas continua fazendo o mesmo som, recheado de melodias psicodélicas e imagens bucólicas, no recém-lançado e tão esperado terceiro disco – ‘A Mágica Deriva dos Elefantes’.

O último petardo da banda foi o ‘Seres Verdes ao Redor’, lançado em 2006, seguido pelo single de ‘Mágica’, em 2008. De lá pra cá, o quinteto formado por Bonifrate (guitarra, violão, harmônica e voz), Valentino (baixo e voz), Giraknob (guitarras, percussão eletrônica e theremin), Gabriel Ares (teclados) e Digital Ameríndio (bateria e voz) já tocou em diversos projetos paralelos.

Bonifrate lançou no ano passado ‘Um Futuro Inteiro’ – disco que se aproxima muito do som do Supercordas – além de tocar com um monte de gente, como com os ‘Demônios do Brejo’ e pelo ‘Projeto Minimecenas’. Digital Ameríndio também lançou o disco independente ‘Mas Qual?’, tocou com Augusto Malbouisson na banda ‘Acessórios Essenciais’ (junto com Bonifrate e Gabriel Ares) e montou outra banda, a ‘Digital Ameríndio & American Bigfoot Mouse Mouse Joe’ – também com Bonifrate e Gabriel, mais Lois Lancaster do ‘Zumbi do Mato’ e Robson dos ‘Seletores de Freqüência’ – além de produzir o novo trabalho de Simplício Neto, junto com Bonifrate. Valentino e Giraknob foram morar em São Paulo e andaram produzindo vários projetos por lá, entre eles o ‘Some Community’.

Para Bonifrate, é uma velha confusão de projetos, “uma coisa bonita”, ele acha. Mas quanto ao disco ‘A Mágica Deriva dos Elefantes, “tive momentos de achar que não conseguiríamos terminar”. Eles quase se acostumaram com a idéia de que esse disco ia virar uma lenda – “uma espécie de ‘Smile’ (dos Beach Boys), que nunca veria a luz do dia”. Portanto, é preciso abstrair a paranóia que tem todo criador e curtir este álbum como um todo. “Afinal, nenhum disco acaba sendo exatamente aquilo que tinha sido imaginado pelos músicos, e esse agora até que soa bastante inteiro em diversos sentidos”, completa Bonifrate.

Distante do fato de o disco ser simliar a um ‘Smile’, ‘Smiley Smile’, ‘Sgt Pepper’s’, ‘Odessey & Oracle’ ou ‘In the Court of the Crimson King’, este novo álbum é tudo que os fãs da banda poderiam esperar e muito mais. O som característico do Supercordas permeia todo disco, desde ‘Mumbai’ a ‘Belo Horizonte’, como ‘Um grande trem positivista’ ou uma ‘Orquestra de mil martelos’.

A banda, que sempre foi antenada às novas tendências digitais, já disponibilizou o disco para download gratuito, decretando ao mesmo tempo o ‘Declínio e queda do Império Magnetico’ e a ‘Ascensão e glória do Imperio Cibernetico’ – mas o disco já chegou ao formato digipack. Destaque também para as canções ‘Índico de Estrelas’, ‘Mágica’ e ‘O céu sobre as cabeças’.

O Bonifrate falou sobre o disco, processos, planos e outras coisas mais...



Porque essa demora para lançar ‘A Mágica Deriva dos Elefantes’?

Os processos de gravações em si foram um pouco caóticos. Começamos de um jeito, terminamos de outro, muitos planos não deram certo e muitas improvisações acabaram dando. É claro que não estivemos esse tempo todo trabalhando no disco continuadamente. Mudamos de formação algumas vezes, cada um de nós teve seus trabalhos, estudos e aventuras diversas, incluindo discos solo, outras bandas, produções etc.

Como foi todo o processo de gravação do disco?

Fizemos uma pré-produção em 2007/2008, ainda com o baterista antigo, de onde saiu aquela versão single de ‘Mágica’. Em 2009 nós arrendamos um estúdio (o Musgo) lá no Rio, no Flamengo. Ficamos com o estúdio por 1 ano, passamos um perrengue pra conseguir pagar as contas só com os ensaios e gravações que rolavam nele, mas conseguimos gravar a maioria das bases do disco. Depois disso veio um hiato na produção, alguns de nós achávamos que o disco deveria ser regravado num esquema melhor, outros que era melhor acabar logo com isso do jeito que dava. Depois de quebrarmos a cara algumas vezes, essa última alternativa acabou prevalecendo – terminamos em casa, pegando equipamentos emprestados com amigos e gravando nós mesmos, um pouco como foi também a segunda fase do ‘Seres Verdes ao Redor’. No fim masterizamos nós mesmos também, na Casa do Mancha lá em Sampa, que tem sido a base sonora do Valentino e do Giraknob nos últimos meses.

Existe algum fio condutor das faixas?

Elas estão no mesmo álbum, dispostas numa sequência específica, então acaba sendo inevitável que exista. Mas já não sei qual é a natureza desse fio, e nem se ele é um fio ou uma onda ou uma nuvem de probabilidade. Algumas noções novas sobre o disco têm aparecido das conversas que temos sobre ele, das entrevistas, etc. Existe o sentido de uma Geografia, ora imaginária, ora mundana, que permeia aquilo tudo liricamente. E nesse sentido ele trabalha com as distâncias e os deslocamentos. Não dá pra ser muito específico com esse disco, eu acho, e todas as formulações linguísticas que estão ali podem ser interpretadas de qualquer maneira, possível ou impossível.

Tem algum plano de lançar o álbum em vinil?

A gente quis muito, por um tempo. Mas o vinil teria que ser duplo e isso encarece bastante o processo. Não cogitamos cortar alguma música pra caber num disco só em nenhum momento, então resolvemos lançar em CD com um digipack desses bonitinhos. Ainda estamos esperando o disco chegar da fábrica.

E para a turnê?

Temos uma nova produtora que tá correndo com isso. Nosso tempo tem sido um pouco limitado por conta de outros trabalhos, e moramos em três cidades diferentes agora, então não vai ser uma tempestade de shows. Vamos correr por aí o máximo que conseguirmos.

Megaupload X FBI?

Não que eu morra de amores por qualquer site desses, tem uns bem melhores que o Megaupload, inclusive, mas a música é distribuída gratuitamente agora. Isso tem um lado muito bonito e é inevitável. Que é que o artista vai fazer? Reclamar por aí que não ganha seus centavos por CD vendido de direito autoral? Não faz sentido nenhum. Independente de ser melhor ou pior do que era antes, os artistas tem que dar seu jeito. Talvez tenham que fazer outras coisas pra sobreviver se não tiverem público suficiente pra rodar muito por aí, pra vender seus próprios CDs e ficar com o lucro, mas hoje em dia você faz um disco no seu quarto. Não precisa ser um músico profissional com um baita orçamento pra fazer isso. É um tempo incrível para o underground, e eu ainda acredito nessa ideia, nesse conceito. Como qualquer outro, ele se transforma com o mundo.

Pirataria X Acessibilidade?

São dois lados da mesma coisa nesse caso, né? O jeito como isso é formulado nas políticas anti-pirataria, assim como nas políticas anti-drogas, beira o fascismo.

2012 A Mágica Deriva dos Elefantes

1. Mumbai
2. Orquestra de mil martelos
3. O céu sobre as cabeças
4. Um grande trem positivista
5. Belo Horizonte
6. Mágica
7. Declínio e queda do Império Magnético
8. À minha estrela bailarina
9. Índico de estrelas
10. Ascensão e glória do Império Cibernético
11. Asclepius
12. Ninguém conquista a noiva dançando

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